É aborrecido falar de contas. Mas, por vezes, é mesmo necessário fazê-lo para que possa existir uma justa igualdade de circunstâncias na análise, e sejam equivalentes os critérios utilizados em idênticas circunstâncias.
Não vamos aqui entrar em detalhes fastidiosos. Mas não podemos deixar de reparar nas justificações do actual Governo para a derrapagem do défice do Estado, o qual ascendeu a 8,71 M€ nos primeiros oito meses de 2009. Valor esse que representa um agravamento de mais de 2,5 vezes face ao ano passado.
Os responsáveis do Governo socialista justificam a queda verificada com a perda de receita e o aumento da despesa. E porque aumentou então a despesa do Estado? De acordo com o ministro Teixeira dos Santos, por causa do investimento público.
Olhemos agora para a experiência do mandato anterior de Pedro Santana Lopes, durante o qual efectivamente aumentou o investimento público da CML porque dedicado à realização de obra estruturante para a cidade; Um investimento feito sem poder ter como contrapartida as receitas do IMI de que beneficia hoje António Costa. E sem que, igualmente, fosse possível fazer como o ainda presidente e solicitar empréstimos bancários, dado que vigorou durante o mandato de Santana Lopes a lei do endividamento zero para as autarquias.
Desta forma, comparados os resultados e as obras feitas, vemos que as contas da autarquia não são assim tão diferentes das contas nacionais. Existe um défice sempre que estagnam as receitas e aumentam as despesas fruto de obras indispensáveis.
O que é diferente, isso sim, é o tom do discurso socialista. Por um lado, na demagógica campanha para Lisboa, atacando quem fez obra numa conjuntura financeira particularmente difícil. Por outro, a nível nacional, desculpando o agravamento do défice à conta de uma qualquer obra feita. No respeita à igualdade de critérios, ficamos muito mal servidos.
O que serve para uns não serve para outros
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