Ver para crer

António Costa esforça-se agora por inaugurar algumas escolas para a fotografia, a tempo das eleições. É natural que o faça. Ele sabe bem que está presente, na mente dos Lisboetas, o único e confrangedor exemplo de obra feita de que se conseguiu lembrar, mencionado durante o frente-a-frente com Santana Lopes na SIC. «Inaugurámos 3 escolas» disse ele então, ufano de tanto esforço de desenvolvimento. Três escolas em dois anos e meio. Ena!

Agora, inaugurou mais uma. E toca de levar atrás a estrutura do partido; bandeirinhas e folhetos do candidato local com a rosa socialista. É a lógica do 2 em 1, champô e amaciador: Costa faz campanha para Lisboa mas também, dizem os analistas, para uma eventual substituição de José Sócrates no PS em caso de derrota nas eleições legislativas. Mas é também, o que torna tudo muito mais grave, a baralhação entre as funções que ainda desempenha e o salve-se quem puder eleitoralista.

É caricato que António Costa fale de ética e permita que se transformem em acções de pura campanha actos relacionados com o exercício do seu cargo ainda em funções. É triste que misture a inaguração de um equipamento necessário com festivais eleitoralistas. E é lamentável que tudo isto seja feito de forma encapotada perante os Lisboetas.

E isto tudo já não falar do que pensarão as restantes figuras agregadas no afamado «acordo coligatório» Roseta - Sá Fernandes – Manuel Salgado. Os não socialistas, assim abafados e envolvidos pela parafernália de brindes do PS e salve-se-quem-puder partidário.

Enquanto Costa vive e depende do aparelho e da promiscuidade entre o cargo para que foi eleitos e o puro eleitoralismo, Pedro Santana Lopes prossegue a sua missão para a cidade. Fá-lo assente na equipa que reuniu, tendo em conta as suas competências e provas dadas na actividade profissional, na independência e nas soluções com que cada um contribui para resolver os reais problemas da cidade.

São duas formas de comportamento, ético e político totalmente distintos que os eleitores avaliarão.
Com uma certeza porém: A autonomia reconhecida por Pedro Santana Lopes face a qualquer que seja o Governo e o partido a sair, como Governo, após as eleições legislativas, será recompensada. Bem como o seu comportamento e dignidade.
A escolha, essa, pertencerá aos Lisboetas. Com a certeza de que optarão por quem coloca Lisboa à frente de outros interesses e ambições, bem como dos mais elementares valores de comportamento e ética.

Imagens enviadas por uma Lisboeta atenta, presente na inauguração de uma escola no Bairro do Armador, a 16 de Setembro.





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