Ficção ou realidade?

Na altura em que a afirmação foi proferida, os jornalistas presentes interpretaram-na como uma brincadeira. Mas afinal, depois de confirmada como facto pela Agência Lusa, tudo indica que a realidade imita, não a ficção, mas a piada: António Costa vai mesmo reviver um fait-divers da sua derrotada campanha à Câmara de Loures, em 1993, e recuperar a brincadeira que envolvia um Ferrari e um burro. Com uma diferença, desta vez Costa substitui o burro pelo metropolitano. Objectivo declarado? Mostrar como andar de carro é mau e de metro é bom.

Não questionando obviamente as vantagens do metro como transporte público, registamos que António Costa vem dar, com esta delirante ideia mais um autêntico tiro no pé. Nem se apercebe que, deste modo, só reforça a percepção dos Lisboetas de que circular de automóvel na cidade se tornou um autêntico tormento, algo de que ele mesmo é em grande parte responsável, tanto pelo que fez como pelo que não fez, ao longo deste seu mandato.

Os cidadãos, mesmo aqueles que não podem brincar com Ferraris, há muito constataram o caos no trânsito. Agora, terão essa realidade reforçada por alguém com a desfaçatez de descolar-se dessa responsabilidade, promovendo algo que não é da sua competência ou tutela.

No fundo, o que António Costa consegue com isto, é reciclar uma ideia com cheiro a mofo e tratar os Lisboetas como «burros» que não são.

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