Quando em 2003, Pedro Santana Lopes decidiu adquirir a colecção de Design e Moda de Francisco Capelo, poucos poderiam supor que o mesmo viria a ser pedra basilar da requalificação da Baixa lisboeta.
Foi ciente da sua importância que, quando o actual executivo anunciou a abertura do MUDE, no antigo edifício do BNU, Pedro Santana Lopes veio, publicamente, elogiar a iniciativa.
Esta é também uma das formas de requalificar a nossa Cidade, promovendo a abertura de espaços que dêem vida às ruas de Lisboa, que tragam mais segurança aos moradores e aos visitantes.
E é já em Outubro que o MUDE vai inaugurar mais uma exposição sob o tema «Proibido Proibir».
Uma vez mais concordamos que é «Proibido Proibir» que Lisboa se desenvolva, que é «Proibido Proibir» que os jovens voltem a habitar Lisboa, que é «Proibido Proibir» que Lisboa faça Sentido.
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1 comentários:
Lisboa é uma cidade muito antiga e de difícil "geografia". Penso que o grande erro da Câmara da Cidade é nunca ter a humildade de reconhecer que os políticos que a gerem, necessitam de Técnicos sérios em áreas fundamentais como a História, a História de Arte e a Arqueologia, embora esta se vá "safando". Enquanto a Câmara não reunir equipas multidisciplinares no estudo e posterior decisão sobre as singularidades da Cidade, esta será sempre uma manta mal remendada. Deixo aqui alguns exemplos: Dr. Pedro Santana Lopes, no seu lugar inventariava o conjunto de casas do séc. XVI existentes em Alfama e Mouraria e qualificava-as. São fáceis de detectar e estão a perder-se. Em frenta ao Museu do Fado, quando sobe para Alfama tem uma casa muito curiosa, cujo balcão é suportado por duas colunas enormes coríntias, penso. Uma boa fotografia do que Lisboa necessita, estudo. A Igreja de S. João da Praça tem um espólio que parece indicar ser de raíz dirigida aos autos de fé, informe-se. Atrás do Hotel Belmonte, infelizmente propriedade de um francês, existe uma lixeira interminável a céu aberto, como? Por último a pedra visigótica na estrutura da Sé e a vista deslumbrante da Junta de freguesia de Alfama, juro que lá passo intencionalmente e me sinto em Mykonos. Não haveria melhor aproveitamento para um dos espaços mais brilhantes de Lisboa? Muito mais poderia dizer, tem o meu voto, disponha.
Ana Farinha - Historiadora de Arte
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