Ao contrário do que parece pensar António Costa, os Lisboetas distinguem bem quem os toma por amnésicos peixinhos de aquário ou crédulos de fácil engano. Eles recordam-se, porque disso beneficiam no seu dia a dia, do que foi feito no mandato de Pedro Santana Lopes para retirar os carros dos bairros históricos, beneficiando enormemente a circulação dos moradores, visitantes e turistas.
Agora António Costa veio afirmar, a propósito da reabertura ao trânsito da Av da Ribeira das Naus, que esta «Foi a primeira vez em muitos anos que tirámos espaço aos automóveis para dar às pessoas». Um exemplo adicional de como funciona a sua muito própria reinterpretação do passado, e de como tenta manipular - sem sucesso - a memória dos lisboetas.
A não ser, é evidente, que entendamos a frase como se o actual Presidente da Câmara falasse do seu próprio executivo. A ser assim, há que condescender que esta foi, com efeito, a primeira vez em que o mesmo fez algo para melhorar a circulação na cidade. Antes do prazo, porque à pressa para as eleições, é certo. E sem dizer quanto encareceu a obra esse «antes do prazo». E ainda sem dizer que os autocarros que ali fazem serviço têm "alguma" dificuldade em fazer a mais das corriqueiras manobras - dar a Curva...
Mas, mesmo assim, podemos considerar que fez.
No entanto, o actual Presidente não está na Câmara há «muitos anos», embora por vezes tal possa parecer à paciência dos Lisboetas. Não: António Costa falava mesmo como quem acha que só ele «devolve a cidade às pessoas». Ele, que passo a passo desfaz em lugar de fazer, tornando Lisboa mais e mais inabitável e desertificada.
Estarmos em tempo de eleições não serve de desculpa. Fica muito mal reescrever o passado e eliminar as obras de outros. Em especial quando não se tem um presente com obra feita.
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3 comentários:
Acho que António Costa se devia dedicar à comédia, tem um grande potencial!
Antonio Costa navega à vista, anda às apalpadelas, vai ter que recuar no projecto para o Terreiro do Paço e no infeliz projecto do Museu dos Coches.
Os tiros nos pés sucedem-se, e quando não é ele a disparar, Manuel Salgado e Sá Fernandes disparam.
Socialismo no seu melhor
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